O Governo bobeou, na crise de 2008, ao não detectar e impedir, com o apoio do BNDES a grandes grupos sucroalcooleiros nacionais, a súbita desnacionalização do setor, com a chegada de multinacionais que já dominam 15% da produção de açúcar e álcool, e que – justamente por serem multinacionais - não tem o menor compromisso com o abastecimento interno.
Agora, depois da porta arrombada, querem botar tramela, apertando a fiscalização da ANP sob re a cadeia de produção de biocombustíveis, e aumentando a produção e distribuição direta de etanol pela PETROBRAS, projeto que vai levar anos e envolver bilhões de reais em investimentos, que estão mais caros por causa da valorização de ativos derivada do não investimento das multinacionais em novas usinas nos últimos anos.
O caso do etanol, cujo preço foi às nuvens para o consumidor estourando a meta de inflação e que – pasmem – tivemos que importar em grandes volumes dos Estados Unidos para abastecer o mercado interno neste ano, é emblemático de que – ao contrário do que afirmam os mais ferrenhos sacerdotes do Deus Mercado – é preciso, sim, contar com um Estado fiscalizador, vigilante, mobilizador e sinérgico na defesa dos interesses nacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário